quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Deolinda - Parva que Sou, Coliseu do Porto. Assim damos a volta a isto!

Deolinda, Geração à rasca e a nova revolução em Portugal

Que vergonha me dá este Portugal onde o pavio para a revolução são os Deolinda.
Somos um povo Romântico, sem duvida. A revolução dos cravos começou com
Paulo de Carvalho, não, não é o Coelho, com o "Depois de nós" e faz todo o sentido
começar outra revolução com os Deolinda ao leme.

Felizes os que acendem os seus corações ao som dos Deolinda e as suas musicas
de intervenção. Dado o circuito em que se movem deviam ser arquivados
na secção "sistema" e não "anti-sistema", mas enfim Portugal já nem se pode
consideram um Pais de modas vendo o tempo que durou na televisão
"Anjo selvagem" ou os "Morangos com açúcar", e atenção que estes últimos
também vão a Manif.

De geração "rasca" passamos a geração "a rasca", tempos difíceis sim.
Mas vamos, para ter alguma credibilidade não usemos uma musica "rasca".
Letras e musicas de Zeca Afonso estão tão actuais hoje como estiveram antes,
os "vampiros" seguem aqui, os vampiros são hoje os mesmos que se aproveitam
da inercia global para oferecer estágios não remunerados sem sequer o passe social.

A primeira arma é então aprender o hino (Os Deolinda - Parva que eu sou):

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!


Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

http://geracaoenrascada.wordpress.com/




Manifesto

Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.

Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza - políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.

Caso contrário:

a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.

b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.

c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.

Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.

Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.



geracaoarasca@gmail.com
geracaoarasca.porto@gmail.com

PEDIMOS QUE TRAGAM UMA FOLHA A4 COM O VOSSO MOTIVO PARA ESTAREM PRESENTES E UMA PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
AS FOLHAS SERÃO RECOLHIDAS E ENTREGUES NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.


Este protesto pretende ser uma plataforma aberta para promover o debate cívico sobre o problema da precariedade em Portugal. Para sermos abertos a todos, independentemente das convicções pessoais de cada um, o movimento dissocia-se de quaisquer reivindicações que não as presentes no Manifesto, o único documento associado ao nosso Protesto. Apelamos a todos os cidadãos que se revejam no espírito do manifesto a juntarem-se a nós.

A organização desta página ver-se-á obrigada a bloquear/remover todos os comentários e 'posts' com conteúdos violentos ou que não respeitem a índole do protesto: apartidário (aberto a todos os partidos e a quem não tem partido), laico (aberto a todas as religiões e a quem não tem religião) e pacífico.
Lamentamos que tal seja necessário mas acreditamos que liberdade de pensamento e expressão significam também responsabilidade e respeito pelos outros. As pessoas são livres de participar ou não neste protesto, são livres de gostar ou não deste protesto, são livres de divulgar ou não este protesto. Mas essa liberdade não dá o direito, a ninguém, de vilipendiar quem quer que seja, seja por que razão.
Obrigado pela compreensão.