segunda-feira, junho 20, 2011

Será que somos capazes?

"Acredito que temos em nós as soluções para os nossos males… Nesse sentido, se implementarmos as (ou algumas das) reformas [que necessitamos], se começarmos a viver dentro das possibilidades, se controlarmos o défice externo e a despesa pública, se fomentarmos o empreendedorismo nacional, se criarmos melhores incentivos à inovação e a um maior dinamismo empresarial, se melhorarmos a transparência das contas públicas, e a equidade intergeracional destas, se adaptarmos as nossas leis laborais às realidades do mundo moderno, poderemos ter a certeza de que a economia nacional sairá ainda mais fortalecida da crise actual. Acima de tudo, acredito que o importante é não ficarmos resignados com o actual estado de coisas, não baixarmos os braços e darmos os passos necessários para que nos levantemos de novo e retomemos a senda do progresso que caracterizou o último meio século do século XX. A grande crise nacional poderá assim transformar-se numa grande oportunidade para reformarmos o nosso país. … 
Não há dúvida de que a crise actual representa a maior oportunidade de reforma que o país teve nas últimas décadas. Sim, leu bem. Nas últimas décadas. A razão para tanto «optimismo» é simples: tanto a nossa economia, como nós próprios, já batemos ou estamos prestes a bater no fundo por causa da crise. Já batemos ou estamos prestes a bater no fundo da nossa auto-estima, da nossa descrença, da nossa falta de esperança, da nossa ausência de oportunidades. E, por isso, se não nos reformarmos agora, seremos decerto forçados a concordar com os mais pessimistas, que prevêem um futuro sem futuro para o nosso país. De modo que, para evitar que tal aconteça, é preciso que arregacemos as mangas e levemos a cabo o maior programa de reformas das últimas décadas. Assim, é chegada a hora de arrumar nas prateleiras da memória a ideologia oficiosa do nosso Estado, o credo do fontismo que tanto mal nos tem provocado quando não é utilizado no momento certo. É chegada a hora de acabarmos com os resquícios socializantes do período revolucionário que tanto continuam a penalizar a nossa economia. É chegada a hora de acabar com a irresponsabilidade de atirar os encargos das nossas despesas públicas para as gerações futuras e para os nossos filhos. E, acima de tudo, é chegada a hora de reformarmos de uma vez por todas o nosso Estado, que asfixia cada vez mais a nossa economia, o empreendedorismo e o próprio sector privado. 
Nos últimos anos, temos andado a viver num autêntico país de faz-de-conta, em que fingimos que tudo está bem e que não vale a pena nos preocuparmos com a alarmante baixa da natalidade, com o regresso da emigração, com a crescente fuga de cérebros, com o histórico desemprego, ou com a maior estagnação do último século. Esta é uma verdadeira estratégia de autodestruição que não só é de uma irresponsabilidade atroz, como também não nos dá nenhum futuro. Muito pelo contrário. Se há lição a retirar da turbulência económica e financeira dos últimos meses é que as irresponsabilidades se pagam muito caro e que as más políticas podem ter consequências verdadeiramente trágicas para um país.
Sair da crise não será fácil, pois serão exigidos ainda mais sacrifícios. A todos nós. Como a economia nacional já está estagnada há uma década, estes sacrifícios parecer-nos-ão ainda maiores, ainda mais injustos. Porém, a verdade é que não há alternativa a um vigoroso programa de reformas. O que está em causa não é reformar ou morrer, mas é, certamente, reformar ou declinar. Um declínio que pode ser revertido se escolhermos um outro caminho, um novo rumo. 
… 
É difícil implementar todas estas reformas e todos estes princípios? Claro que sim. Será muito difícil fazê-lo. Porém, quando as dúvidas começarem a crepitar no espírito dos reformistas, quando acontecerem os primeiros (mas inevitáveis) desaires políticos, quando o estado de graça acabar e quando as sondagens de opinião começarem a ser menos favoráveis, é absolutamente fundamental que o curso reformista não seja abandonado, sob pena de hipotecarmos o futuro do país. O mais importante, o mais fundamental, é que, nesse momento de dúvida, nesse instante de incerteza, os reformistas respirem fundo e se perguntem: qual é a alternativa? Qual é a alternativa a um programa de reformas? Qual é a alternativa a um governo responsável e com uma visão estratégica para o país? ... Como é bem patente, a alternativa está bem à vista e chama-se declínio económico e social de Portugal, chama-se emigração e desemprego, chama-se crise e recessão, chama-se falta de futuro. E, por isso, é importante que os reformistas não esmoreçam e que as reformas não deixem de ser feitas. 
Na nossa História, já demonstrámos inúmeras vezes que somos capazes de reagir às circunstâncias mais adversas, que somos capazes de nos erguer quando muitos nos julgavam perdidos, que somos capazes de nos reinventar perante as incertezas do futuro, que somos capazes de ultrapassar os Adamastores mais inultrapassáveis. Por isso, não tenho a mínima dúvida de que também seremos capazes de o fazer nesta hora da verdade, de que iremos sobreviver a esta crise e de que até poderemos emergir mais fortes das convulsões recentes. Porém, para que tal aconteça, teremos de mudar radicalmente o rumo dos últimos anos. Não temos outra opção. O preço da inacção é demasiado elevado e o preço de continuar a insistir numa trajectória de irresponsabilidade é simplesmente insustentável."

sábado, junho 18, 2011

Estas palavras estavam no facebook de um amigo meu.

Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para a recuperar.

Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro.

Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido...

(Confúcio)